segunda-feira, 13 de julho de 2009

Violência

Saudações, meus amigos e amigas. Minhas férias chegaram ao fim. Já estou trabalhando novamente, renovado e pronto para encarar os desafios. Só espero poder fazer algo de útil neste segundo semestre, ou melhor, daqui por diante.
No último sábado eu assisti a um filme que me fez pensar no quanto as pessoas gostam de violência. Não digo de criminosos, mas sim das pessoas comuns, cidadões como eu e você. O filme se chama “Um Crime Americano”, com Ellen Page e Catherine Keener, que conta a história de um dos crimes que mais chocou a opinião pública norte-americana no último século. Eu não tenho palavras para contar a história do filme, porque ele é muito forte. Mas ele me fez lembrar de alguns acontecimentos violentos recentes e fez com que, mais uma vez, eu olhasse para mim mesmo me perguntando se eu teria coragem para fazer algo parecido, e também refletindo como pode trabalhar a mente das pessoas.
Pra falar a verdade, quantas vezes já ficamos sabendo de algum crime cometido por pessoas que julgaríamos honestas, que possuem um passado limpo ou que pensamos livres de suspeitas? Por exemplo, quantas vidas já foram ceifadas simplesmente porque havia um “ciúme” por motivação?
Para ser franco, já fiz muita maldade com animais, até mesmo alguns que eu gostava, mais ou menos parecido com que um garoto faz com um cachorro no filme. Mas desde que abandonei minha última cadela - palavra é essa mesmo – abandonei – porque fui morar sozinho e não a levei comigo. Ela sofreu até que não agüentou mais e fugiu, tudo porque gostava de mim -, percebi o quanto eu havia maltratado alguns animais que viveram comigo. Também já me senti satisfeito quando algum conhecido, ou desafeto, sofria nas mãos de alguém. Mas a verdade é que eu não deveria ter sido assim – as pessoas não deveriam ser assim. Hoje eu vejo que é muito vergonhoso, pra mim pelo menos. Pode dizer que pra mim agora é tarde, que não tem como mudar o passado. Tem razão, concordo. Mas desde que nos permitamos que esses pequenos “deslizes” ainda nos aconteçam, podemos dar margem para que as pessoas, algum dia, despertem o seu lado violento, ou o mais violento.
Eu sei que hoje não conseguiria fazer coisas ruins que já pratiquei – não que eu queira dizer que sou um verdadeiro santo; procuro viver sempre no bem, na paz. Sempre digo que, se eu tivesse a mente que tenho hoje aos quatorze ou quinze anos, minha vida seria diferente pelo tanto que aprendi. Esse é um dos pontos porque digo isso.
Digo que as pessoas gostam de violência, porque ela aparece em todos os lugares. Nos filmes, em livros, nas escolas, nas lutas de boxe, nas rinhas de galos-de-briga, nas brigas de bares e em muitos, diversos outros lugares que nem consigo lembrar. E como explicar isso? No cinema, por exemplo, desde aqueles filmes “western” (de bangue-bangue) até os filmes violentos de hoje em dia, mostram-se, resumidamente falando, aquela chamada “lei do mais forte”, onde o “mocinho” precisa, independentemente dos motivos, resolver tudo através da violência. Lembro também de ver filmes, e livros, sobre a história de Roma mostrando que os gladiadores lutavam até a morte simplesmente para divertir uma platéia. A nossa história, nos três continentes americanos, está manchada de violência contra os indígenas, que resultou na morte de milhões ao longo das colonizações. Houve uma época que eu achava interessante aquela chamada “luta livre” porque era tudo fingimento - quem disser que não, só recomendo pesquisar mais um pouco. Mas depois de algum tempo também comecei a questionar o quanto isso também trás de violência para as pessoas comuns. Quando acontece alguma briga na escola, quantos alunos, daqueles que se juntam para assistir ou incentivar a baderna, se oferecem para separar os briguentos ou chamar por uma autoridade?
Não querendo questionar as origens ou motivações para atos violentos (podem ser muitos, dos mais variados graus), mas acho que aquela frase, “violência só gera violência”, pode ter um sentido bem mais amplo do que se pode imaginar. Recomendo assistirem a este filme e refletirem.
Mudando um pouco de assunto: Em se tratando de filme, o assunto dessa semana, com certeza, será “Harry Potter e o Enígma do Príncipe”, goste ou não goste. Com o novo filme estreando no próximo dia 15 vai ter muito “pottermaníaco” fazendo filas quilométricas nos cinemas. É justo, porque ele foi adiado por muito tempo (Quanto? Oito meses?) com a desculpa da greve dos roteiristas há alguns anos atrás – eu não acredito muito, pra mim deve haver outro$ motivo$ mais... significantes. E tenho que confessar que, por também ser fã da obra de J.K.Rowling, fiquei também afoito por ver esse filme. Já li muita crítica positiva e negativa sobre o ele e vi tantos trailers e “spots” que me cansei. Mas vou esperar passar esse frenesi da estréia e assistir no final de semana. Acho que é melhor. Mesmo assim eu tinha que segurar a minha ansiedade de alguma forma, e me ajudou muito alguns livros. Entre eles a série “Twilight” que li em uma semana e dou um resumo das minhas conclusões.
Na minha opinião, Stephenie Meyer escreveu um romance que pareceria comum se não fossem a união de três fatores: O pano de fundo fantasioso que ela usou, as idéias que ela atribuiu à personagem principal e a própria escrita dela. Claro que ela não é a primeira a contar histórias onde humanos se relacionam com seres mitológicos, mas a mistura que ela fez com o que teve nas mãos foi o diferencial. Não vou dizer muito porque se tivesse que fazer uma resenha pareceria injusto fazê-la da série toda, e fazer de cada livro separado me tomaria todo este post. Aliás, não sou muito bom com resenhas mesmo... Mas eu posso dizer que os primeiros dois livros foram fantásticos para mim. Eu realmente acompanhei o que a personagem pensava, o que fazia, o que sentia. Mas o terceiro quase me fez desistir pelo tanto de absurdos e pontos negativos encontrados que a autora criou. E se não bastasse, mais absurdos aparecem no quarto livro, onde eu já gritava em autos brados: “Prende essa mulher por escrever isso... Não peraí, prende o editor dela por deixar sair um livro desses...”. Mas, como sou brasileiro e não desisto nunca, continuei com a leitura e no final entendi a lógica da autora. De tanto raciocinar sobre a história acho que entendi os pontos onde a autora queria chegar, no que ela quis dizer sobre a vida, a família e a sociedade. Também tiro o chapéu para o fato de ela ter ambientado a maioria dos personagens em um público jovem, porque acredito que ela deva justamente alertar aos jovens quanto ao que eles pensam para o futuro deles, o que eles querem para a vida adulta. Isso eu achei importante, principalmente quanto à forma com que ela escreveu. Em suma: fazendo escolhas - é assim que vivemos o tempo todo - e trabalhando com as consequências delas, com outras escolhas e assim por diante... Agora só falta ver o filme “Crepúsculo”. Sei que não deve ser a mesma coisa, mas acho que vai ser interessante.
É isso.


Música da Vez:

Às vezes me pergunto porque as pessoas gostam tanto de brigar sendo que há tanta coisa boa a se fazer mundo afora. Basta olhar em volta para ver as maravilhas que Deus deixou pra gente na nossa vida. Louis Armstrong ilustrou muito bem uma idéia dessas na música “What a Wonderful World”. Quem não conhece, devia conferir.







Verdade seja dita (ou escrita):
Essa é pra quem não confia na polícia: sempre que precisar, tente.
Ironia da vida, ou não. Enquanto escrevia este post neste último domingo, à uma e oito da madrugada, na parte da violência, percebi alguns passos sorrateiros do lado de fora da minha casa. Sabia que não eram meus vizinhos, porque alguns têm motos e outros andam normalmente, não devagar, como se estivesse espreitando. No momento que percebi esses passos já me coloquei alerta, até que eu vi que alguém mexeu na maçaneta da minha porta, e depois disso houve mais alguns passos. Não deu outra; celular numa mão pronto pra ligar pro 190 e um cabo de vassoura na outra (não sou bom com defesa pessoal, mas eu tinha que fazer alguma coisa, não é?), fiquei observando qualquer movimentação suspeita. E quando ouvi um barulho estranho no meu telhado, teclei o botão chamar e falei com uma policial que disse que uma viatura logo estaria chegando. Demorou pouco mais de dez minutos pra chegar a viatura e expliquei todo o episódio aos policiais. Falar a verdade, hein. Que momento crítico...
A questão é que, das quatro vezes que precisei de ajuda da polícia, só me foi falho em uma vez. Então eu dou crédito pelos meus 75% de sucesso, porque acredito que ainda tem muito policial confiável por aí.